A Mostra de Arte e Cultura (MArte), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), teve sua primeira edição no ano de 2018, no município de Cuiabá, em Mato Grosso. O evento ocorreu em parceria com o Workshop de Ensino, Pesquisa e Extensão (WORKIF) da instituição.
Vale ressaltar que o WORKIF, em anos anteriores, abrigou algumas ações pontuais de Arte e Cultura, espaço este entendido como positivo e necessário. Embora tivéssemos a presença de atividades culturais, esses momentos não eram sistematizados de forma a agregar os professores de Arte e os trabalhos desenvolvidos nos campi, de maneira que proporcionasse ao IFMT uma reflexão sobre ensino e as vivências em Arte.
No ano de 2016, na quarta edição do WORKIF, ocorreu uma tentativa de organização dos professores da área artística para que houvesse anualmente um encontro para discussões visando o fortalecimento da categoria e suas ações. Em reunião estratégica, suscitou-se a reflexão do lugar da Arte no IFMT, gerando resultados nos anos posteriores. Esse encontro de professores de Arte mostra-se como caminho para o fortalecimento do campo na instituição, gerando, com o apoio do Pró-Reitor de Extensão, os Circuitos de Arte e Cultura realizados nos campi espalhados pelo estado.
Contando ainda com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão, os professores de Arte se reuniram em 2018 para traçar novas metas para os avanços do ensino e das vivências artísticas no IFMT. Por meio de uma reivindicação unânime destes profissionais, a respeito da necessidade de um evento com possibilidade de destacar a produção e os processos artísticos vivenciados nos campi, conseguimos elaborar a MArte, que entrou na programação do WORKIF não mais como suporte, mas como um evento agregador que pensa a Arte enquanto ciência, experiência e vivências múltiplas.
De modo geral, a 1ª MArte demonstrou resultados de grande relevância no que tange a aspectos não apenas artísticos, mas, também, em relação à logística. A participação dos diversos campi foi muito expressiva. Por meio das atividades desenvolvidas, pudemos notar a força da Arte como elemento eudaimônico e provedor de diálogos sistemáticos, estabelecidos pelas nuances das linguagens específicas, estas permeadas por apelos sociais, sugerindo posicionamentos favoráveis à valorização do diferente.
Vale notar que a movimentação coletiva no campo da Arte segue em consonância com uma tendência que ocorre a nível nacional desde 2016. Houve uma mobilização para que os professores de Arte da Rede Federal de Educação Básica, Técnica e Tecnológica pudessem ter um encontro anual para debater assuntos relacionados ao ensino da Arte e à carreira dos docentes dessa disciplina.
Ainda em nível nacional, percebe-se, em grande parte dos Institutos Federais, a criação de Núcleos de Arte e Cultura (NAC), buscando um espaço para sistematizar, cada vez mais, as ações no campo da Arte. Outra ressonância é o fato das trocas com professores de Arte de outros estados, o que gerou, em nossa primeira edição, perspectivas de como fortalecer o ensino de Arte no IFMT.
Como eco deste evento, chamado, até então, de Encontro Nacional de Professores de Arte dos Institutos Federais (ENPAIF), tivemos na MArte um momento em que os diversos professores de Arte do IFMT puderam apresentar suas demandas e angústia referente ao fazer/ensinar Arte em seus campi. Frente ao apresentado, conseguimos nos posicionar e apresentar de forma oral essas demandas para a gestão da instituição.
Como consequência desta ação, conseguimos a manutenção dos Circuitos de Arte e Cultura nos campi e, de forma pioneira e corajosa, conseguimos o espaço do Campus Rondonópolis para sediar a segunda edição do nosso evento. Dessa forma, propusemos um evento que incentivasse a reflexão de um campo da ciência e quebrasse a estrutura hegemônica – como todo bom artista – de se fazer ações na capital do estado, levando para o interior o pioneirismo necessário para o avanço.
Em sua segunda edição, a MArte contou com os 19 campi do IFMT, recebendo, em Rondonópolis, caravanas que representaram uma expressiva parte do estado. Por meio do evento fomentou-se a estruturação desse campo de forma cada vez mais positiva, tendo como resultado novas edições em outras cidades do Mato Grosso.
Na Mostra de Arte, houve uma concentração de estratégias e ações para reflexões e produções, a partir de concepções especificamente ligadas a eixos artísticos, buscando envolver diversos setores do município de Rondonópolis. Buscou-se, com a ação, fortalecer a Arte em todos os seus meandros, dilatando as relações sociais por meio das produções culturais com foco na cidadania.
Devido à pandemia da Covid-19, a terceira edição da MArte ocorreu de modo on-line, em 2021. Neste formato, ainda que privado das experiências e das relações interpessoais, impulsionadas pelas atividades presenciais, o evento conseguiu abarcar relevantes momentos da arte dentro do IFMT. Em três dias de programação, com transmissão pelo YouTube, nos períodos matutino, vespertino e noturno, a 3ª MArte pode trazer para o público discussões e rodas de conversas sobre o lugar da Arte no IFMT, relatos de experiências de discentes envolvidos com os projetos de arte oferecidos nos campi da instituição e apresentações artísticas inéditas, além de outras já apresentadas e exibidas em eventos anteriores.
Na quarta edição, em Confresa, a MArte desenvolveu o papel de proporcionar um espaço dinâmico e democrático para a fruição da arte nas suas mais diversas manifestações, reafirmando o evento como um dos mais importantes do país neste campo. Tendo por base estes preceitos a realização do evento na cidade de Confresa apontou para outras questões que dizem respeito à representatividade da região.
O Vale do Araguaia vem demonstrando um potencial cada vez maior através das práticas realizadas em diversos campos, que contribuem para que haja um desenvolvimento regional, sendo o município de Confresa um dos principais responsáveis por tal crescimento. As ações realizadas desde a chegada do IFMT à cidade, por exemplo, vêm evidenciando e potencializando fatores relevantes de desenvolvimento sociocultural em toda a região e a MArte, neste contexto, foi capaz de colocar em evidência, mais uma vez, o potencial e a representatividade da região para todo o estado.
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